Thursday, October 25, 2007

o sabor da melancia

Não só de sabor se fazia o filme.
Melancias, muitas e grandes, bem verdes e bem vermelhas. Ora aprisionadas no meio das pernas de uma qualquer japonesa actriz porno, ora a flutuar ribeira abaixo. Quanto sumo sangrento de melancia encarniçada escorreu pelo queixo daquelas personagens. Perturbante do primeiro ao último instante... e quanto me fez rir nos "flashes musical anos 30" que interrompiam a enormidade lasciva que se ia sobrepondo no ecrã.
"Ainda vendes relógios?" Um sorriso constrangido. O seu pensamento devia ser "Não, faço filmes". É claro que a palavra filme não pode ser proferida em alta voz quando se trata daquele tipo de filmes (será possível empoleirar uma bolinha vermelha no canto superior direito do jardim público?).
Cinema é arte, a arte nem sempre (ou mesmo nunca) precisa de ser narrativa. Será que era isso que se pretendia com aquele rol de imagens desconexas mais ou menos interligadas por uma pseudo-história pouco clara, um pseudo-intelectualismo libidinoso e um tanto ao quanto perturbado? Será apenas o meu olhar pouco aberto que acha isto?
Tenho de admitir que possivelmente o sabor da melancia é um bom momento de cinema, ou então um filme com bons momentos cinematográficos lá dentro...



Pelo menos gostei muito desta parte!
Não aconselho a ninguém, mas vejam porque perturba.

1 comment:

Anonymous said...

Sabes que há uma curta do realizador português João Pedro Rodrigues que é um complemento ao Sabor da Melancia, chama-se China China – acho que é a história de uma jovem chinesa em Portugal que sonha com Nova Iorque. Ouvi o João Lopes a dizer muito bem da curta. Ainda não vi nenhum.