Segunda-feira passada, foi lançado mais um livro do viajante portugês, Gonçalo Cadilhe.
Intitulado "Africa acima", o livro reune as crónicas do semanário expresso que iam saindo ao longo dos 8 meses em que Cadilhe percorria o continente africano desde a sua extremidade sul, o cabo da Boa Esperança, até ao estreito de Gibraltar.
Fica aqui a sugestão.
Monday, May 14, 2007
Sunday, May 6, 2007
acrobat's sky
Ao ouvir Acrobat de Maximo Park lembrei-me de transcrever este pedaço da letra pois...
The sky is often used as a metaphor,
I suppose its because its so big and expansive,
When a long stranded cloud sits just above the horizon,
Leaving a strip of clear blue beneath it,
It becomes the panorama,
And you turn your head 360 degrees,
And the same line follows you round,
If the land is sufficiently flat,
Really nothing can be compared to it
Friday, May 4, 2007
no man's an island
“Nenhum homem é uma ilha, disse John Donne, mas atrevo-me humildemente a acrescentar: nenhum homem e nenhuma mulher é uma ilha, mas cada um de nós é uma península, com uma metade unida à terra firme e a outra a olhar para o oceano”
Amos Oz
Amos Oz
Quando li este excerto do livro Contra o Fanatismo de Amos Oz, estava dentro de um autocarro apinhado de gente trabalhadora, de ar cansado, silencioso (ou silenciado), olhares distantes e totalmente absortos do mundo. E dei por mim a pensar... “Cada Homem é realmente uma península. Este gajo tem razão. Mas se assim o é, estes seres não são Homens”.
Existe alguma humanidade nesta vida pendular das cidades? Ora aqui, no trabalho, em frente a máquinas maquiavélicas. Ora de volta à gaiolazinha pendurada numa enorme árvore de betão, lá longe, no subúrbio. Sonolentos, seriamente sonolentos.
Olhava para as pessoas que seguiam nos bancos atrás do meu: havia alguns que deixavam cair as cabeças para a frente, adormecendo, numa entrega inevitável ao marasmo. Deixavam cair as suas cabeças pesadas sem pensamento algum, abdicando, simplesmente, de observar uma paisagem tantas vezes repetida.
Sentia-me realmente no meio de um enorme arquipélago com escassas ligações entre si. Todos vítimas da mesma actividade vulcânica que os criou, todos com as mesmas ansiedades e aspirações. Todos sozinhos, isolados na sua esfera íntima.
E como é complexa a esfera íntima de cada uma destas ilhas! Apresentam-se como uma areia apática e disforme, constituída por milhões de pequenos grãos que nunca se tocam entre si. Mas, ao microscópio, todas estes grãos são complexos. Fervilha dentro deles um espírito humano... continuo a acreditar que sim. Mas o que é feito desse espírito humano quando o submetem às regras atrofiantes da vida, sem vida, do trabalho na cidade? Onde está o espaço para a contemplação do oceano? Onde está aquele horizonte sonhador dos antigos?
Não sou mentiroso. A vida nas cidades dá-nos qualidade de vida. Dá-nos assentos. Por todo o lado há bancos... e alguns até são forrados a veludo! Dá-nos cinema, dá-nos teatro, música, espectáculo, exposições, arte, livros, bibliotecas, escolas, Universidades, hospitais, carros, muitos carros, seguros, finanças, exército, ministros e seus ministérios, assembleias, clubes, ginásios, supermercados, mercados, minimercados, mercearias, compras on-line... “compre on-line através do www...”, a quantos www’s podemos hoje em dia aceder numa cidade? Onde fica, hoje em dia, o posto do correio mais próximo?
Hoje gostava de receber uma carta perfumada, talvez, se possível, com uma ou outra mancha húmida das lágrimas de quem a escreveu. Sentir nessa carta um punho firme e decido. Mas em que ilha fica esse marco de correio? Em que península?
Existe quem dê tudo por tudo para se manter fechado, limitado pela beira-mar bravia. Preso nas escarpas de si mesmo. Com a imensidão quase surreal do mar a seus pés. Depois, essas pessoas juntam-se todas num enorme amontoado de casas a que chamam cidade. Inventam uma máquina enorme que tem rodas e anda, chamam-lhe autocarro, e passam o resto da sua existência para lá e para cá. Contudo esquecem-se da sua verdadeira origem: a terra. Não a sentem, não têm intimidade com ela. Então esquecem-se muitas vezes da sua condição de península. Esquecem-se que vivem segundo duas coordenadas: “– uma metade ligada á família, aos amigos, à cultura, à tradição, ao país, ao sexo e à linguagem e a muitas outras coisas, e a outra metade a desejar que a deixem sozinha a contemplar o oceano.”
Estamos então na era da apatia global. Todos nós somos inevitavelmente penínsulas, mas alguns (muitos) continuam a insistir ser ilha.
al-titude, o que é isso?
Altitude (l. altitudine-, altura). s. f. Geogr. Altura de um ponto da terra em relação ao nível médio do mar Astron. Distância angular de um corpo celeste em relação ao horizonte. A altitude calcula-se em terra com o teodolito e no mar com o sextante.
in, Grande Enciclopédia Universal
Inglês: altitud Francês: altitud Castelhano: altitud Italiano: altitudine Alemão: Höhe
Al-titude: Blogosfera: O mais recente blog ainda por estudar cientificamente. Dizem os peritos nunca ter contactado com algo assim.
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